Estresse organizacional:
proposição de conceito e instrumento de medida envolvendo características organizacionais
DOI:
https://doi.org/10.22567/rep.v13i1.958Palavras-chave:
estresse, estresse organizacional, características organizacionais, validade do testeResumo
A literatura sobre estresse ocupacional é tradicionalmente marcada pelo foco em aspectos da tarefa ou ocupação do trabalhador, negligenciando estressores organizacionais. Este artigo buscou propor um conceito, desenvolver e apresentar evidências de validade de uma escala de estresse envolvendo exclusivamente características organizacionais como potencialmente estressoras. Dois estudos quantitativos foram realizados. No primeiro estudo, a versão inicial da Escala de Estresse Organizacional (EEO) foi submetida a análise de juízes e semântica, totalizando 60 itens. A EEO foi aplicada presencialmente em 454 trabalhadores e submetida a análise fatorial exploratória. No segundo estudo, a versão resultante da EEO foi aplicada presencialmente em 501 trabalhadores e submetida a análise fatorial confirmatória. O primeiro estudo revelou uma estrutura com quatro fatores: decisões organizacionais, suporte, incentivo à competição e entraves ao crescimento profissional, e 32 itens. O segundo estudo indicou um instrumento com 25 itens e os fatores supracitados, apresentando índices satisfatórios de ajuste (χ2/gl=2,95, RMSEA=0,06, TLI=0,91, CFI=0,92 e SRMR=0,04). Os estudos apresentaram resultados promissores, propondo um novo conceito e um instrumento para auxiliar no diagnóstico organizacional e fomentar estudos para promoção de organizações mais saudáveis e produtivas.
Referências
Aamodt, M. G. (2023). Industrial/organizational psychology: An applied approach (9th ed.). Boston, MA: Cengage Learning.
American Psychological Association (2021). Stress in America 2021: Stress and decision-making during the pandemic. Washington, DC: American Psychological Association. Recuperado de https://www.apa.org/news/press/releases/stress/2021/decision-making-october-2021.pdf
Bandeira, D. R., & Hutz, C. S. (2020). Elaboração ou adaptação de instrumentos de avaliação psicológica para o contexto organizacional e do trabalho: Cuidados psicométricos. In C. S. Hutz, D. R. Bandeira, C. M. Trentini, & A. C. S. Vasquez (Orgs), Avaliação psicológica no contexto organizacional e do trabalho (pp. 13-18). Porto Alegre: Artmed.
Byrne, B. M. (2016). Structural equation modeling with AMOS: Basic concepts, applications, and programming (3rd ed.). New York, NY: Routledge.
Carlotto, M. S., & Câmara, S. G. (2019). Burnout syndrome in public servants: Prevalence and association with occupational stressors. Psico-USF, 24(3), 425-435. https://doi.org/10.1590/1413-82712019240302
Chiariello, C. L., & Eid, F. (2011). Revisando conceitos: Polivalência, politecnia e cooperação no debate sobre organização do trabalho. REDD – Revista Espaço de Diálogo e Desconexão, 4(1), 29-40. Recuperado de https://periodicos.fclar.unesp.br/redd/article/download/5046/4184/12238
Cooper, C. L., Dewe, P. J., & O’Driscoll, M. P. (2001). Organizational stress: A review and critique of theory, research, and applications. Thousand Oaks, CA: Sage Publications.
Corrêa, J. S., Lopes, L. F. D., Almeida, D. M., & Camargo, M. E. (2019). Bem-estar no trabalho e síndrome de burnout: Faces opostas no labor penitenciário. Revista de Administração Mackenzie, 20(3), 1-30. https://doi.org/10.1590/1678-6971/eRAMG190149
Cox, T., & Rial-Gonzáles, E. (2002). Work-related stress: The european picture. European Agency for Safety and Health at Work, 5, 4-6. Recuperado de http://www.mentalhealthpromotion.net/resources/magazine5_en.pdf#page=6
Cruz, M. T. S. (2020). Employer branding: O poder da atração, retenção e engajamento de uma marca empregadora. In J. A. O. Camilo (Org.), Práticas de recursos humanos na era digital (pp. 71-80). São Paulo, SP: Editora Senac São Paulo.
De Nobile, J. (2017). Organisational communication and its relationships with job satisfaction and organisational commitment of primary school staff in Western Australia. Educational Psychology, 37(3), 380-398. https://doi.org/10.1080/01443410.2016.1165797
Elst, T. V., Baillien, E., De Cuyper, N., & De Witte, H. (2010). The role of organizational communication and participation in reducing job insecurity and its negative association with work-related well-being. Economic and Industrial Democracy, 31(2), 249-264. https://doi.org/10.1177/0143831X09358372
Ferreira, M. C., & Assmar, E. M. L. (2008). Fontes ambientais de estresse ocupacional e burnout: Tendências tradicionais e recentes de investigação. In A. Tamayo (Org.), Estresse e cultura organizacional (pp. 21-73). São Paulo, SP: Casa do psicólogo.
Hair Jr., J. F., Black, W. C., Babin, B. J., & Anderson, R. E. (2019). Multivariate data analysis (8th ed.). Hampshire, UK: Cengage Learning.
Hassard, J., Teoh, K. R. H., Visockaite, G., Dewe, P., & Cox, T. (2017). The cost of work- related stress to society: A systematic review. Journal of Occupational Health Psychology, 23(1), 1-17. https://doi.org/10.1037/ocp0000069
Hirschle, A. L. T., Gondim, S. M. G., Alberton, G. D., & Ferreira, A. S. M. (2019). Estresse e bem-estar no trabalho: O papel moderador da regulação emocional. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 19(1), 532-540. https://doi.org/10.17652/rpot/2019.1.14774
Jex, S. M., & Britt, T. W. (2014). Organizational psychology: A scientist-practitioner approach (3rd ed.). New York, NY: John Wiley & Sons.
Keller, A. C., Spurk, D., Baumeler, F., & Hirschi, A. (2016). Competitive climate and workaholism: Negative sides of future orientation and calling. Personality and Individual Differences, 96, 122-126. https://doi.org/10.1016/j.paid.2016.02.061
Kline, R. B. (2016). Principles and practice of structural equation modeling (4th ed.). New York, NY: Guilford.
Kurtessis, J. N., Eisenberger, R., Ford, M. T., Buffardi, L. C., Stewart, K. A., & Adis, C. S. (2017). Perceived organizational support: A meta-analytic evaluation of organizational support theory. Journal of Management, 43(6), 1854-1884. https://doi.org/10.1177/0149206315575554
Lazarus, R. S. (1995). Psychological stress in the workplace. In R. Crandall & P. L. Perrewé (Orgs.), Occupational stress: A handbook (pp. 3-14). Washington, DC: Taylor & Francis.
National Institute of Occupational Safety and Health [NIOSH] (2002). The changing organization of work and safety and health of working people. Cincinnati, OH: Department of Health and Human Services. Recuperado de https://www.cdc.gov/niosh/docs/2002-116/pdfs/2002-116.pdf
Neves, P., Mesdaghinia, S., Eisenberger, R., & Wickham, R. E. (2018). Timesizing proximity and perceived organizational support: Contributions to employee well-being and extra-role performance. Journal of Change Management, 18(1), 70-90. https://doi.org/10.1080/14697017.2017.1394351
Newstrom, J. W. (2015). Human behaviour at work: Organizational behavior (14th ed.). New York, NY: McGraw-Hill Education.
Paschoal, T., & Tamayo, A. (2004). Validação da escala de estresse no trabalho. Estudos de Psicologia, 9(1), 45-52. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2004000100006
Pilati, R., & Abbad, G. (2005). Análise fatorial confirmatória da escala de impacto do treinamento no trabalho. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 21(1), 43-51. https://doi.org/10.1590/S0102-37722005000100007
Siegrist, J. (2016). A theoretical model in the context of economic globalization. In J. Siegrist & M. Wahrendorf (Eds.), Work stress and health in a globalized economy: The model of effort-reward imbalance (pp. 3-19). Berlin, BE: Springer.
Smith, V. (1997). New forms of work organization. Annual Review of Sociology, 23, 315-339. https://doi.org/10.1146/annurev.soc.23.1.315
Wood, S., Ghezzi, V., Barbaranelli, C., Di Tecco, C., Fida, R., Farnese, M. L., Ronchetti, M., & Iavicoli, S. (2019). Assessing the risk of stress in organizations: Getting the measure of organizational-level stressors. Frontiers in Psychology, 10, 2776. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2019.02776
rganizational-level stressors. Frontiers in Psychology, 10, 2776.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 REVISTA ENIAC PESQUISA

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.