O que eu olho já me viu: Viajando nas imagens pelo olhar de Didi-Huberman

Autores

  • Luana Thais da Silva ENIAC
  • Mônica Maria Martins de Souza ENIAC

Resumo

Pensando a definição da mídia, a partir de uma a análise crítica de que as imagens que vemos nos olham, não podemos ignorar que nas imagens da TV, veiculam ideias carregadas de ambivalência e manipulação. Ao nos prostrarmos diante da TV, sedados, nos deixamos influenciar pelas imagens em seus vários ângulos a nos devorar. Morin (2001) quando aborda os sete saberes em 2001, esclarece que no verdadeiro sentido do que se constituiu como raiz comum do conhecimento e da consciência, não é compreensível à forma redutiva com a qual interpretamos as imagens, e nos deixarmos possuir por elas. Tomamos para nós o significado unilateral, das imagens, ignorando a sua real significação e poder de influenciar e manipular. Na nossa relação com a mídia não tomamos consciência do seu poder nem analisamos a força das imagens que exibem. Aleatoriamente, às vezes, percebemos um ou outro efeito de dúbia interpretação que partem de imagens subliminares, tanto a partir do visto quanto do dito, porque além de “se deixar a ver”, elas também falam. Uma vez exibidas, essas imagens “podem ser interpretadas erroneamente” dizem alguns autores, porém, em se tratando da mídia, não existe o aleatório” de acordo com o alemão Georges Didi-Hubermam (1998). Autor do livro Ce que nous voyons, ce qui nous regarde, possibilitou o contato com a mais recente teoria francesa da arte. Historiador e filósofo da Arte, bebeu na fonte dos conceitos de Merleau Ponty (2006). Ele abordou Gilles Deluize, (2002) e Jacques Dehida,(2205) associando-os à história da arte. Sua obra provoca o efeito de surpresa e estranheza, porque não rompe com o coeficiente da presença viva na obra de arte e nas imagens. É pelo olhar deste pensador que nos olha através das suas palavras, que vamos caminhar pensando as imagens da TV.

Referências

BENJAMIM Walter Obras Escolhidas, v. I, Magia e técnica, arte e política, trad. S.P. Rouanet, São Paulo: Brasiliense, 1985.

DAMISCH, Hubert. Le jugement de Pâris. Iconologie analytique, I, Paris, Flammarion, 1992.

DELEUZE, Gilles,. Anti-edipo capitalismo e schizofrenia. Einaudi 1ª. Ed. Itália, 2002

DERRIDA, Jacques. Dehida, Pensar a desconstruçao. Estação Liberdade São Paulo, 2005.

_________Torres de Babel. Editora: UFMG. Belo Horizonte MG, 2002.

DIDI-HUBERMAN, G. O que vemos, o que nos olha. Rio de Janeiro: Edição 34, 1998.

MARIN, Louis Marin Sublime Poussin São Paulo, Edusp, 2001.

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção. São Paulo. Martins Fontes, 2006.

MORIN, Edgar - Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro 3a. ed. - São Paulo. Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2001.

SERRES, Michel. Os cinco sentidos: filosofia dos corpos misturados. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

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Publicado

30-12-2009

Edição

Seção

Artigos - INICIAÇÃO CIENTÍFICA