GESTÃO DE RESÍDUOS NO BENEFÍCIAMENTO DE ROCHAS ORNAMENTAIS: O CASO DAS MARMORARIAS

Resumo

Com o constante aumento da preocupação sócio ambiental, os projetos de adequação dos processos de beneficiamento de rochas ornamentais e o manejo dos seus resíduos, se tornam cada vez mais importantes.  O objetivo deste trabalho é identificar quais são as mudanças que devem ser implementadas na fábrica para minimizar a geração de resíduos e identificar as rotas tecnológicas mais apropriadas para seu tratamento. Trata-se de pesquisa exploratória e bibliográfica com estudo de caso de uma Marmoraria estabelecida na Região Metropolitana de São Paulo. A aplicação de medidas não estruturais (instrução de trabalhadores), mudanças físicas dos processos produtivos e sistemas de tratamento de resíduos permitem minimizar a geração de resíduos. Novos modus operandis e logísticos resultam numa melhor gestão permitindo a maximização dos impactos sociais positivos e a minimização dos impactos negativos sobre o meio ambiente. Constatou-se que a pouca conscientização ambiental e a baixa qualificação técnica da mão de obra utilizada são os fatores preponderantes no manejo incorreto dos resíduos produzidos. Observou-se que os métodos de coleta, segregação e tratamento dos resíduos são precários o que prejudica uma gestão adequada. Com relação aos resíduos líquidos o que se encontrou na prática foi o lançamento direto na rede pública de esgotos sanitários, com baixo ou nenhum tipo de tratamento. O tratamento se limitava a sedimentação e as vezes recirculação da água decantada, visando economizar água potável, para redução de custos. Os resíduos sólidos finos que se originam devido ao corte de peças brutas se misturam a água de resfriamento, contaminando-a, posteriormente se depositam por sedimentação no fundo de tanques que atuam como decantadores, formando uma lama. Outros resíduos sólidos de maior tamanho como retalhos, faixas e filetes são depositados atrás das máquinas formando montículos de rochas, com tamanhos variados, sendo removidos posteriormente, como entulho, por caçambeiros, para aterros denominados ´´bota fora´´.